INTERNET JORNAL - dia 29 de Junho de 2022 - Número 158
Entre a vida e a morte. Para o mineiro Leandro Campos Alves nem tudo em sua vida foram ores; ao contrário, já no nascimento carregaria uma cruz pesada, uma vez que o parto durou 48h e o médico estava na iminência de escolher entre salvar a mãe ou o filho. Retirado do útero a fórceps, apresentava uma coloração roxa e parecia não respirar. Alguns minutos depois, deu seus primeiros gemidos e a cor roxa foi desaparecendo, contudo, de roxa em poucas horas se transformou em amarela: a criança estava com icterícia!
Dislexia Aos quatro anos de idade, além de não andar direito, as poucas palavras que sussurrava eram compreendidas tão somente por quem lhe era muito próximo. Para o pequeno Leandro, o ato da fala era quase que impossível, tanto quanto para quem lhe rodeava entender suas necessidades expressas verbalmente. Aos poucos, seu corpo foi se fortalecendo e suas palavras compreendidas por todos, porém, com a troca de muitos fonemas: aleia (areia); Malia (Maria); tleis (três) ...
O que se lhe mostrava um entrave nesse momento somente se agravou quando atingiu a idade escolar. Sua matrícula foi negada pela diretora da escola, sob o argumento de que ele somente poderia estudar numa escola para alunos especiais, escola com a qual a cidade não contava. O vento do destino, no entanto, soprou sobre o menino, e uma professora da escola se dispôs a ajudá-lo. Após passar por um psicólogo, começou a frequentar a sala de aula e a ser alfabetizado, processo que se lhe mostrou difícil, uma vez que os sons das palavras não lhe tinham distinção. Leandro, entretanto, foi descobrindo alguns truques para escrever e decorar as palavras, e assim começou sua alfabetização. Um espírito resiliente Na adolescência, para que as pessoas não percebessem a dificuldade da fala, descobriu que ao falar depressa as pessoas não prestariam atenção nas pronúncias das letras, e sim, no que ele estava falando, para não perderem o teor da conversa. E Leandro, gradativamente, apresentando um espírito resiliente, seguiu em frente. Com 11 para 12 anos começou a trabalhar. Estudou contabilidade e, posteriormente, entrou em uma empreiteira da TELEMIG, e na oportunidade passou no concurso da empresa, procurando uma estabilidade, finamente encontrada. Homem feito, casou e construiu família.
Nasce um escritor Descobriu o amor e o prazer pelas letras e, por contar histórias, escreveu um livro. Em 2019 foi eleito diretor artístico do 47º Congresso Sul Mineiro de Odontologia. A literatura abriu-lhe as portas, sendo membro de várias Academias de Letras pelo Brasil e no exterior e presidente da Academia Caxambuense de Letras. Foi agraciado com títulos honoríficos da OMDDH – Organização Mundial dos Defensores dos Direitos Humanos e da FEBACLA – Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências. E, coroando uma trajetória de obstáculos e vitórias, é autor do poema épico ‘O Viajante’, reconhecido oficialmente pelo Rank Brasil Recordes em 2018 como o maior poema do Brasil, podendo ser considerado também como o maior poema mundial da Literatura lusófona, com mais de 10875 versos e 2022 estrofes!
Sergio Diniz da Costa - Sorocaba/SP